Página:O missionário.djvu/522

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- Sabe o que isto é, D. Cirila? O Natividade já sabe tudo! Tem ordem para processar-me, e por isso trata-me dessa maneira. E quem é a culpada, D. Cirila? Meta a mão na consciência, senhora, e diga quem é a culpada desta desgraça?

D. Cirila chorava. Nada tinha que opor à evidência daquele presságio funesto. As crioulas, vendo-a chorar, choravam também, ruidosamente. Ouvia-se o voejar sinistro das moscas. Da sala vinha uma luz pálida, do dia que descambava, encoberto de nuvens. As paredes brancas, caiadas de fresco, tomavam de repente colorações sombrias. Pela casa silenciosa perpassava um vento de desgraça. Fonseca estava perdido! Ouviram-se no corredor passos leves de gente descalça.

A porta abriu-se. A rapariga que fora à casa do vereador João Carlos apareceu. Os olhares voltaram-se ansiosos para ela.

- Que disseram? perguntou D. Cirila.

- Que todos estão bons, muito obrigado. Estimam que senhor e senhora estejam