Página:O noviço.djvu/24

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os homens e que haja uma bem entendida e esclarecida proteção, e que, sobretudo, se despreze o patronato, que assenta o jumento nas bancas das academias e amarra o homem de talento à manjedoura. Eu, que quisera viver com uma espada à cinta e à frente do meu batalhão, conduzi-lo ao inimigo aravés da metralha, bradando: "Marcha... (Manobrando pela sala, entusiasmado:) Camaradas, coragem, calar baionetas ! Marche, marche ! Firmeza, avança ! O inimigo fraqueia... (Seguindo Emília, que recua, espantada) Avança !"

EMÍLIA — Primo, primo, que é isso ? Fique quieto !

CARLOS, entusiasmado — "Avança, bravos companheiros, viva a Pátria ! Viva !" — e voltar vitorioso, coberto de sangue e poeira... Em vez desta vida de agitação e glória, hei-de ser frade, revestir-me de paciência e humildade, encomendar defuntos... (Cantando:) Requiescat in pace... A porta inferi ! amen... O que seguirá disto ? O ser eu péssimo frade, descrédito do convento e vergonha do hábito que visto. Falta-me a paciência.

EMÍLIA — Paciência, Carlos, preciso eu também ter, e muita. Minha mãe declarou-me positivamente que eu hei-de ser freira.

CARLOS