Página:O seminarista (1875).djvu/126

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— Eu não sei dançar - respondeu Eugênio com timidez.

— Deveras!... não me diga isso, moço; isso é desculpa; falta-nos uma pessoa; venha... não se faça de rogado.

— É deveras; não sei dançar, nunca dancei em dias de minha vida.

— Então para que vem a estas funções?...

— Ora essa é boa!... para ver...

— Como quem vem aqui ver... mas ah! já o estou conhecendo; o senhor não é aquele coroinha, que ultimamente tem ajudado à missa ao vigário lá na vila?

— É ele mesmo - acudiu Margarida, que já se impacientava com as grosserias, - é o filho do sr. capitão Antunes.

— Do capitão Antunes?... ah!... e o que vem ele aqui fazer?... decerto aqui veio fugido de casa, e há de ser bem feito que o pai lhe passe uma dúzia de bolos, quando souber que já anda metido em súcias...

Eugênio, por efeito da sua índole e mais ainda de sua educação de seminário, era uma tímida criança para responder às insolências de seu interlocutor. Margarida, porém, que com ser mulher e mais moça tinha o sangue mais quente, e mais altivez