— Senhor Eugênio - disse o padre, apenas o seminarista compareceu -, acabo de receber uma carta do senhor seu pai, em que me comunica uma importante notícia. Se fosse em outros tempos eu hesitaria em dar-lhe semelhante nova, mas hoje creio posso dar-lhe sem receio de consterná-lo, certo de que a receberá com toda a sobranceria e serenidade de ânimo de um homem superior às paixões do século.
A esta linguagem Eugênio sobressaltou-se.
— Diz respeito a meus pais? - perguntou com ansiosa inquietação.
— Não, não; a esse respeito esteja tranqüilo. Estão vivos e com saúde, louvado seja Deus... É outra coisa...
— Margarida?... exclamou o moço, mas logo atalhou-se envergonhado.
— Sim, sim; essa menina, que foi criada em casa de seus pais, e sua companheira de infância, essa menina, conforme me escreve seu pai...
O padre fez uma breve reticência, como hesitando sobre o modo por que havia de exprimir-se.
— Morreu?... perguntou Eugênio tornando-se pálido como um cadáver.
— Não, senhor; casou-se.
A esta revelação Eugênio estava lívido, convulso,