perfume aspirava desde o berço, tinha morrido de uma vez para sempre abafada debaixo do manto gélido do ascetismo claustral. Mas ela era como a "sempre-viva" que, exposta ao orvalho frio da noite, esconde o seio fechando sobre ele as pétalas de ouro, para expandi-las de novo, nítidas e formosas, aos beijos do primeiro raio do sol. Ela havia apenas cerrado o seu cálix na sombria e silenciosa solidão da cela do cenobita, e agora ao contato do ar, à vista do solo onde nascera, procurava abrir-se ao novo exalando mais ativo o aroma há tanto tempo enclausurado, e rodeava o coração do moço como de um tépido e delicioso eflúvio de recordações.
Sentindo esse inesperado despertar de emoções, que julgava para sempre extintas, o padre estremeceu de sustos, e se esforçou por conjurá-las do melhor modo possível por meio de orações e penitências. Viera ao seu país natal, somente para visitar seus pais, que há tantos anos não via, e dar-lhes o gosto, por que tão ardentemente suspiravam, de vê-lo ordenado e ouvir-lhe uma missa; e no fim de uns quinze dias ao mais tardar pretendia voltar ao seminário a continuar a sua vida austera de cenobita e entrar para a Congregação da Missão de S. Vicente de Paula. Mas tomado de susto e