Página:O seminarista (1875).djvu/240

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que parece estar no gozo de perfeita saúde. Adeus, senhora Margarida.

— Ah! não, pelo amor de Deus! não se vá ainda! Tenha paciência com esta pobre infeliz.

A moça proferiu estas palavras com acento tão terno e suplicante, e fitando no padre um olhar tão repassado de angústia que este sentiu-se comovido e abalado até os seios da alma.

Fitou nela um olhar terno e compungido e a contemplou por alguns instantes silencioso.

— Margarida! - exclamou por fim -, não sabes quanta pena tenho de ti... mas...

— Mas não se vá embora ainda; tenha piedade de mim.., eu não estou tão boa, como pareço. Dizem que a morte quando está a chegar faz a gente melhorar de repente e depois mata. E a última visita da saúde, que se despede para sempre... Há de ser isso; não me deixe morrer desamparada... A morte há de me ser tão doce, se eu morrer junto de ti, Eugênio!...

— Margarida!... murmurou o padre suspirando e sentando-se junto dela.

— Eugênio!... como eu sou feliz em poder recordar contigo, antes de morrer, aqueles bons tempos de nossa meninice...