Mas, um dia, Eugênio esteve a ponto de perder todo o bom conceito e estima, que até então tinha merecido de seus preceptores.
Eugênio se ocupava às vezes em escrever algumas coisas, que não eram os seus temas de latim, e escondia cuidadosamente esses manuscritos, em que cismava longamente. Como os meninos estudavam e dormiam em um vasto salão aberto, esta circunstância não pôde escapar aos olhos escrutadores e perspicazes do regente. Picado de curiosidade, este entendeu que devia saber o que continham aqueles papéis. Portanto, na hora do recreio, incumbindo a outro o cuidado de levar os meninos a passeio, deixou-se ficar no salão, e foi dar busca aos papéis de Eugênio, esperando não encontrar entre eles afora as listas de significados e os temas de latim, senão algum esboço de sermão ou talvez algum ensaio de hinos religiosos, com cuja leitura já de antemão se regalava sua ávida curiosidade.
De fato, encontrou alguns esboços informes nesse gênero, mas qual não foi a sua surpresa, quando entre esses papéis encontrou também uma longa carta escrita no tom mais sentimental e uma porção de versinhos amorosos