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o sertanejo
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     — Quer alguma cousa de mim, sr. Manoel Abreu ? perguntou o sertanejo.

     — O senhor capitão-mór mandou-me procurar o velho Job que deitou fogo no mato da fazenda.

     — Procure-o ; disse Arnaldo laconicamente.

     — Não está má a encomenda ! Que temos feito desde o romper do dia ? Mas o renegado do bruxo abandonou a toca e sumiu-se.

     — Cá para mim é trabalho perdido. O velho está nas profundas. Tinha-lhe chegado a hora e elle estourou. O fogo foi pegado pelo enxofre que elle tinha no corpo, o canalha do bruxo.

     — Deixe-se dessas historias de feitiçaria agora, João Coité, que arripiam os cabellos da gente ; ponderou o feitor.

     — É mesmo : fica um homem com as pernas bambas, como se tivesse no bucho uma vez de cachaça.

     — Uma não terá você, Burity ; mas duas, com certeza.

     — Pois é isso, homem. O primeiro trago é que põe a gente banana ; o outro concerta.

     — Que é que está bolindo ali no mato ? Não ouviram gemer ?

     — Hade ser o caipora ; respondeu um mais desabusado.