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o sertanejo
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quarto e tirar da sua mala de couro uma rêde tambem de algodão, porém de ramagens encarnadas, com dois palmos de renda na franja matizada. Imediatamente substituiu a outra por esta, que ella ainda não achava bem chibante para sua filha querida.

     — Agora póde sentar-se, meu bem, disse a sertaneja abrindo as dobras.

     D. Flor encostou-se á aba da rede, e fincando no chão a ponta do borzeguim, começou á embalar-se, enquanto a ama ia buscar tudo que tinha de melhor em casa para offerecer-lhe :

     — Prove dêste queijo que está tão fresquinho ! É o primeiro deste anno. Agora com as chuvas as cabrinhas sempre deram para um coalho.

     Depois do queijo fresco, que ainda estava no chincho, vieram os balaios de biscouto, as rosquinhas de cariman, flores de alfenim, em summa toda a provisão de gulozinas que a sertaneja havia feito á espera de sua filha de criação.

     D. Flor beliscou em tudo como uma rôla para dar à sua mamãi, de cada cousa que provava, um novo prazer.