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o sertanejo
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foi para estreitar ao peito a donzella que se lançara em seus braços.

     — E meu pai ? interrogou a menina assustada.

     — Não lhe aconteceu nada ; socega ; ficou atraz para apagar o fogo ; eu é que não podia descansar enquanto não te visse perto de mim, livre do perigo... Que desespero, quando cheguei, e ninguem sabia de ti ! Como não morri, meu Deus !

     — Já passou ! murmurava D. Flor. Agora socegue, que aqui está sua filha querida.

     — Sim ; sim ; parece-me que ainda mais te quero depois que te chorei perdida.

     A' esse tempo já toda a gente de serviço corria para o lugar do fogo.

     Entre as mulheres que cercavam a dama e sua filha, nem uma tomara maior parte nas afflições, como nas alegrias maternaes, do que uma sertaneja alta e robusta sem corpulencia, que mostrava no semblante rude, porém amoravel, uma franqueza de captivar.

     Era essa a Justa, a ama de D. Flor, cujo amor pela menina às vezes causava ciumes a D. Genoveva, tamanha era a devoção da carinhosa aldean por sua filha de criação.