Página:O sertanejo (Volume II).djvu/116

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Mais tarde levantou-se a conversação na qual tomou parte ativa Marcos fragoso.

Não perdeu o moço capitão vez de insinuar a D. Flor alusões e finezas encobertas que todos entendiam, menos a donzela, cuja índole não se prestava a tais ambiguidades, e o capitão-mór, para o qual a mitologia em que os namorados de então se forneciam de galanteios, era um latim rebarbativo.

Já estava a terminar o almôço, quando Arnaldo que tornava da corrida, ouviu de longe os brindes que se trocavam entre os convidados. Aproximou-se cautelosamente por dentro do mato. O seu nobre semblante, que tinha habitualmente a expressão viva e atenta, que é própria do sertanejo, nesse momento apresentava uma alerta ainda mais pronta e vigilante.

Por entre as árvores descobriu êle as cavalgaduras, que pastavam à soga em uma clareira coberta de relva e sombreada pela mata. Perto do baio de D. Flor, estava um rapaz de vinte anos, que pelo tipo das feições e pela côr baça do rosto combinada com os cabelos negros e lustrosos, mostrava pertencer à raça boêmia, da qual nesse tempo e até época bem recente, vagavam