Página:O sertanejo (Volume II).djvu/120

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Já soava o riso dos dois hóspedes do Fragoso quando o capitão-mór o atalhou:

— A tua palavra, Arnaldo, que nós seguramos com a nossa. O que disse o nosso vaqueiro é a verdade, e somos nós, o capitão-mór Gonçalo Pires Campelo, que o afirmamos. Se há quem duvide... terminou com uma reticência cheia de ameaças, correndo os olhos em roda.

— Quem é capaz de duvidar da honrada palavra de vossa senhoria? acudiu o João Correia. Desde que o sr. capitão-mór abona, está acabado.

O Daniel Ferro foi prudente apenas, e afastou-se.

— Mas então, como foi o caso, Arnaldo? Conta-me tudo, quero saber. Pegaste-o mesmo à unha?

Arnaldo referiu singelamente ao capitão-mór os pormenores da corrida, sem omitir nem mesmo suas conjeturas acêrca da tristeza do boi, e da piedade que excitara nele a lágrima do corredor. O capitão-mór ouviu atentamente, inquirindo de cada circunstância, e aprovou o procedimento de seu vaqueiro.