Página:O sertanejo (Volume II).djvu/19

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de uma trepadeira, aberta naquele instante e aproximou-se para colhê-la; mas não pode alcançar o pâmpano que ficava muito alto e entrelaçado com os talos da palmeira.

— Ajuda-me, Alina!

— Você vai ferir-se, Flor! exclamou a companheira.

— Medrosa! tornou a donzela, cedendo de seu intento.

A orvalhada da noite, de que estavam cobertas as fôlhas, a tinha borrifado. Ficara encantadora assim, com os cabelos salpicados de aljôfares. De longe ainda lançou à flor os olhos cobiçosos, e insensivelmente volveu-os na direção de Arnaldo, com insistência.

O sertanejo, que de parte acompanhava os movimentos de Flor, surpreendido por seu olhar, ergueu a cabeça com um gesto de revolta. A donzela voltou-se com uma dignidade fria e desdenhosa para um homem da escolta.

— Apanhe aquela flor, Xavier.

Antes que os outros ouvissem a ordem já Arnaldo arremessara o cavalo à touça de carnaúbas, e colhia a flor que veio apresentar à donzela.