Página:O sertanejo (Volume II).djvu/199

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O capitão-mór desprendera o seu grosso e pesado riso.

— Então foste tu, pirralho?... Ora já viram!

— Não foi êle não, meu pai! acudiu Flor, que havia caído em si. Eu estava brincando!

— Que não foi êle, bem o sei, e ainda bem, que essa graça lhe custaria a pele e os ossos.

Fôra o prodigioso da emprêsa que salvara Arnaldo. Se para um homem forte já a consideravam desmarcada, como acreditar que a praticasse um menino?

Arnaldo não dirigiu a Flor a menor exprobração. Foi a menina que, desvanecido o susto, aproximou-se dele prara dizer-lhe em segrêdo:

— Você ia morrendo por minha causa, Arnaldo.

O rapazinho fitou nela os olhos.

— E por quem hei de eu morrer, Flor?

A menina corou e esteve todo êsse dia preocupada.

Por essa época morreu o Louredo. Tinha êle feito uma pequena ausência na fazenda; na volta deitou-se como de costume em sua rede, embrulhou-se nela e no dia seguinte acharam-nomorto.