Página:O sertanejo (Volume II).djvu/242

Wikisource, a biblioteca livre

um respiro brando e sutil como de um passarinho, conheceu Arnaldo que a donzela dormia o sono plácido e feliz.

Só então afastou-se para acudir ao emprazamento que recebera.

O aposento de Águeda ficava do mesmo lado da casa, e era o penúltimo antes do quintal, logo depois do quarto de Alina. A janela estava cerrada e escura, mas ao olhar de Arnaldo não escapou uma fita imperceptível que a dividia de alto a baixo, e que êle atinou ser o tênue vislumbre de uma candeia velada.

Águeda espreitava por essa fresta a chegada de Arnaldo, receosa de que não viesse, e impaciente com a demora. Além do interêsse da recompensa prometida pelo Onofre em nome de Fragoso, outro impulso movia nesse instante a cigana.

Era mulher, e tinha nas veias o sangue ardente do boêmio tocado pelo sol americano. O prazer de fascinar um homem e cativá-lo a seus encantos, bastaria para excitá-la; acrescia, porém, que êsse homem era um mancebo galhardo e amava outra mulher, o que dava particular sainete à aventura.

Assim prometia-se a Rosinha uma noite de