Página:O sertanejo (Volume II).djvu/244

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nos e o que eu tenho a dizer-lhe ninguém o deve saber, ninguém, senão Arnaldo.

O sertanejo em extremo admirado daquelas falas, não opôs resistência ao movimento da moça que o atraía a si, convidando-o a entrar. Apoiou-se no parapeito e saltou no aposento, onde a mão tépida de Águeda o conduziu até um estrado que havia junto ao leito.

Fechada a janela, a moça tirou a candeia que havia escondido por detrás de um baú, coberta com uma bacia de rosto, e colocou-a em cima da cantoneira, de onde alumiava todo o aposento.

Foi então que Arnaldo pôde bem admirar a beleza dessa mulher, que até aquele momento só vira de longe, ou de relance, quando ela passeava com D. Flor, em quem iam presos seus olhos.

Águeda tirara o véu de luto. Sua cabeça meneava-se airosamente agitando os bastos e longos cabelos negros, semelhante à palmeira, que embala a sua verde coma ao sôpro da brisa. O corpinho de cambraia, cerrando-lhe a fina cintura, abria-se como uma taça esvazada para mostrar o colo.

Tinha as mangas curtas, onde os lindos braços