Página:O sertanejo (Volume II).djvu/272

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Arnaldo lembrou-se que nesse lugar havia um fojo. Como a caça já o conhecia, tinha-o êle condenado por algum tempo, cobrindo com o tronco a bôca a fim de mais tarde aproveitá-lo. Mal sabia então que serviço devia prestar-lhe.

Afastando o madeiro e retirando a terra, abriu o alçapão e entrou na cova para examinar, se tinha alguma cobra ou outro objeto capaz de assustar a donzela.

— É preciso esconder-se aquí, Flor.

— Só? perguntou a donzela.

— Tem mêdo?

— Não; seja meu coveiro, disse a moça com um sorriso. Enterre-me viva.

Arnaldo desceu Flor à cova, fechou o alçapão, cobriu-o novamente de terra, e colocou o toro sêco no lugar onde estava. Apagando todos os vestígios que podiam denunciá-lo, grimpou ao tope das árvores, onde zombava dos olhos mais perspicazes.

O Onofre e seus companheiros bateram o mato em todos os sentidos e não descobriram sinal de gente. O Fragoso, irritadíssimo com o novo revés, cobria o seu cabo de bandeira das mais pesadas injúrias, que êste sofria com uma calma