Página:O sertanejo (Volume II).djvu/273

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inalterável, pois entendia que o patrão o pagava não só para serví-lo, como para aturá-lo.

Não achavam D. Flor e todavia tinham certeza que a donzela alí estivera. Rosinha o afirmara e as tiras do vestido rasgado pelos espinhos o provavam. Era impossível que saísse do caapoão sem a verem os do cêrco; e que ela não tinha conseguido escapar-se, bem indicava o engano do capitão-mór.

O Onofre, pois, insistia na esperança de afinal descobrir o esconderijo da moça e do sertanejo.

— No chão não está, disse o bandeirista; ainda que ela fosse uma cobrinha cipó, não me escapava. Só pode estar nos ares, aí trepada nalguma árvore.

Por ordem do bandeirista, subiram alguns à copa das árvores e começaram uma ronda pelos galhos. Diversas vezes passaram junto de Arnaldo, que os iludia imitando o canto da graúna. Onde pousava um passarinho, não podia estar oculto um homem. Também por diversas vezes passaram pelo fojo, e Flor ouviu o som dos passos por cima de sua cabeça.

Afinal já fatigados da porfia, escutaram tropel de animais que aproximavam-se rapidamente.