— Um boi? atalhou o Ourém desconsertado.
— Eu também pensei que era algum valentão, observou o João Correia que partilhara da surpresa.
— E eu tinha por certo que era o rei daquele célebre encantado, de que tanto se fala, e que debalde procuraram os descobridores, inclusive o nosso Pero Coelho. Mas talvez que o El-Dourado virasse boi! tornou Orém.
— Boi, sim! afirmou o capitão-mór por sua vez admirado da estranheza do licenciado. Então que pensavam os senhores? É um boi destemido e que tem zombado dos melhores vaqueiros dêste sertão. Há sete anos que êle apareceu, e até hoje ainda não houve quem se gabasse de pôr a mão no Dourado.
O capitão-mór falou com ufania, como se as proezas do animal se contassem entre os brasões de sua fidalguia sertaneja. Nisso mostrava bem que era cearense da gema.
— Nem o Louredo, nosso vaqueiro, pai do Arnaldo... Onde está êle?
O fazendeiro voltara-se para procurar com a vista ao rapaz; mas não o encontrou.