Página:O sertanejo (Volume II).djvu/54

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— Então, senhores, vamos ao Dourado? disse o capitão Marcos Fragoso.

— Ao Dourado! exclamou Daniel Ferro.

— É à-toa, só para correr, ponderou o capitão-mór. O Dourado, não há quem lhe deite a unha; dos que estão aquí, não desfazendo em ninguém, só vejo o Arnaldo, nosso vaqueiro, filho do Louredo, mas quando tiver a experiência do pai.

— Não conheço, disse Marcos Fragoso desdenhosamente.

O capitão-mór acenou para Arnaldo.

— Vem cá, rapaz. Aquí está: basta olhar, para ver o filho de quem é.

Os dois mancebos trocaram um olhar rápido. Fragoso adivinhou que tinha em Arnaldo um inimigo. Arnaldo conheceu que fôra compreendido: e isso causou-lhe íntima satisfação. Na sua lealdade, estimava que o adversário estivesse prevenido de seu ódio, para que não lhe imputasse uma perfídia. Essa primeira advertência, êle pretendia dá-la, ainda mais fraca, logo que chegasse o momento de executar a sua resolução.

— Que dizes, Arnaldo? És capaz de tirar o feitiço ao Dourado?