Página:O sertanejo (Volume II).djvu/67

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Arnaldo, ao arrancar, tinha sacado o laço do arção da sela onde o trazia preso, e rolando-o acima da cabeça, o arremessara com a mão segura do vaqueiro, que nunca errou o boi à disparada. Apanhado pelos chifres, o sorubim estacara; e no repelão que dera para safar-se, havia furado a fralda do roupão de D. Flor.

Esbarrado em seu ímpeto, o touro soltando o urro medonho que ribombou até o fundo da floresta, redobrara de furor. Rodando para fazer frente ao adversário, escorou-se no laço, a cavar o chão com as unhas, e a amolar as pontas na terra. Quando acabou de visar bem o alvo, partiu como um tiro de morteiro.

Arnaldo deitara-se sôbre o arção, alongando a vara de ferrão pela cabeça fora do cavalo e apoiando o cabo na coxa, forrada não só pela perneira, como pelo gibão de couro. Assim em guarda correu êle sôbre o touro e topou-o no meio da carreira.

O aguilhão afiado cravara-se no meio da testa do touro, que recuou trespassado pela dôr. Com o ímpeto a vara tinha vergado como um arco prestes a romper-se; e o cavalo foi repelido a três