Página:O sertanejo (Volume II).djvu/81

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Corra, corra, camarada,
Puxe bem pela memória;
Quando eu vim de minha terra
Não foi p’ra contar história.

Pelo caso do barbatinão acabara o Dourado de conhecer que vaqueiro tinha êle à cola; e entendendo que o negócio era sério, tratou de pôr-se no seguro.

Endireitou então para uma ponta da várzea, em que a corrente das águas tinha desde eras remotas cavado um profundo barranco, por onde no tempo das chuvas torrenciais, borbotavam para o rio. Uma vegetação exuberante nutrida pelo humo que a enxurrada alí depositava, cobria êsse tremedal de sarmentos viçosos e lindos festões de flores.

Estendido sôbre essa cúpula de verdura, um grosso tejú-assú aquecia-se ainda sonolento aos raios do sol matutino, e abria os olhos preguiçosos para ver a causa do alvorôço que ia pela várzea naquela manhã.

A gente do José Bernardo não julgara necessário guardar êsse ponto, que estava já de si defendido pelo desfiladeiro onde nunca pensaram