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SCENA VII.

Vilardo, Solina e Dionysa.

VILARDO.

Senhora, o Senhor seu pae,
Mesmo de Vossa Mercê,
Ja lá para casa vae:
Por isso, Senhora, andae,
Que elle me mandou n’hum pé;
E diz que fosse jantar
Vossa Mercê mesmamente.

SOLINA.

E ja veio do pomar?

DIONYSA.

Oh quem pudéra escusar
De comer, nem de ver gente!
(Nenhuma côr de verdade
Tenho do que m’elle manda.)

VILARDO.

S’ella sem vontade anda,
Eu lh’emprestarei vontade,
Empreste-m’ella a vianda.

SOLINA.

Va, Senhora, por não dar
Mais em que cuidar á gente.

DIONYSA.

Irei, mas não por jantar;
Que quem vive descontente
Mantem-se de imaginar.

VILARDO.

Pois tambem cá minhas dores