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Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v1.djvu/227

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Cuspindo o poviléu, como um fidalgo
Que em falta de miolo tinha vinho
Na cabeça devassa — deu de esporas...
Como passara sobre a vil carniça
Raléu de corvos negros, foi por cima...
Mas desgraça! maldito aquele morto!
Desgraça!... não porque pisasse o coche
Aqueles magros ossos, mas a roda
Na humana resistência abalroando...
E acorda o fradalhão...

"O que sucede?
— Pergunta bocejando, é algum bêbado?
Em que bicho pisaram?"

"Senhor bispo,
— Triunfante responde o bom cocheiro
Ao vigário de Cristo, ao santo Apóstolom
Rebento da fidalga raça nova
Que não anda de pé como S. Pedro,
Nem estafa os corcéis de S. Francisco -
"Perdoe Vossa Excelência Eminentíssima,
É um pobre diabo de poeta...
Um homem sem miolo e sem barriga
Que lembrou-se de vir morrer na estrada!"

"Abrenúncio! rouqueja o santo bispo,