Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v1.djvu/240

Wikisource, a biblioteca livre

E a grossa penca do nariz purpúreo
Do alegre vendilhão entre botelhas,
Metido num tonel... Na minha cômoda
Meio encetado o copo, inda verbera
As águas d'oiro do Cognac ardente:
Negreja ao pé narcótica botelha
Que da essência de flores de laranja
Guarda o licor que nectariza os nervos.
Ali mistura-se o charuto havano
Ao mesquinho cigarro e ao meu cachimbo...
A mesa escura cambaleia ao peso
Do titâneo Digesto, e ao lado dele
Childe Harold entreaberto... ou Lamartine
Mostra que o romantismo se descuida
E que a poesia sobrenada sempre
Ao pesadelo clássico do estudo.
 

III

Reina a desordem pela sala antiga:
Desce a teia de aranha as bambinelas
À estante pulvurenta. A roupa, os livros