Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v1.djvu/283

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E bebendo-se à saúde do bastardo
O Bobo que foi Rei ninguém sepulta..."





Bem vês, amigo Puff, que neste conto
Em poucos versos digo histórias longas:
— Amores, mortes e no trono um Bobo
E sobre o lodo um Rei que não se enterra.
Muito embora a mulher as roupas façam,
Eu provo que o burel não faz o monge,
E um Bobo é sempre um Bobo. Mostro ainda
De meu estro no vário cosmorama
Um Rei que numa pipa o trono perde
E um bastardo que o pai dizer não pode
E em nome de dois pais, ambos em dúvida,
Vem na sangueira reclamar seu nome.

Um outro só com isso dera a lume
Um poema em dez cantos. Sou conciso,
Não ouso tanto: dou somente ideias,
Esboço aqui apenas meu enredo.

Mas... Puff olá, meu Puff, estás dormindo,