Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v1.djvu/284

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Prosaico beberrão! Acorda um pouco!
Bebeu todo o meu vinho, a empada foi-se...
Não resta-me esperança! Este demônio
De um poeta como eu nem vale um murro!

UM HOMEM DA PLATEIA
Silêncio! fora a peça! que maçada!
Até o ponto dorme a sono solto!

Levanta-se o pano até o meio.
Passa por debaixo e vem até a rampa o

Prólogo,

velho de cabeça calva, camisola branca, carapuça
frígia coroada de louros. Tem um ramo de oliveira
na mão. Faz as cortesias do estilo e fala:

Dom Quixote, sublime criatura!
Tu sim! foste leal e cavaleiro,
O último herói, o paladim extremo
De Castela e do mundo. Se teu cérebro
Toldou-se na loucura, a tua insânia
Vale mais do que o siso destes séculos