A saudade de mãe no desalento,
E o perfume das lágrimas divinas,
Ide ao menos, de amor meus pobres cantos,
No dia festival em que ela chora,
Com ela suspirar nos doces prantos,
Dizer-lhe que eu também sofro agora!
Se a estrela d'alva, a pérola do dia,
Que vê o pranto que meu rosto inunda,
Meus ais na solidão lhe não confia
E não lhe conta minha dor profunda,
Que a flor do peito desbotou na vida
E o orvalho da febre requeimou-a,
Que nos lábios da mãe na despedida
O perfume do céu abandonou-a!...
Mas não irei turvar as alegrias
E o júbilo da noite sussurrante,
Só porque a mágoa desnuou meus dias,
E zombou de meus sonhos delirantes,
Tu bem sabes, meu Deus! eu só quisera
Um momento sequer lhe encher de flores,
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