Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v2.djvu/218

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A mala não pareceu-me muito cheia. Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de vinho?

Macário: Não! não! mil vezes não! Não concebeis, uma perda imensa, irreparável... era o meu cachimbo ..

O Desconhecido: Fumais?

Macário: Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola sem cordas, o: copo sem vinho, a noite sem mulher- não me pergunteis se fumo!

O Desconhecido ( Dá-lhe um cachimbo. ): Eis aí um cachimbo primoroso. É de pura escuma do mar. O tubo é de pau de cereja. O bocal é de âmbar.

Macário: Bofé! Uma Sultana o fumaria! E fumo?

O Desconhecido: É uma invenção nova. Dispensa-o. Acendei-o na vela. (Macário acende).

Macário: E vós?

O Desconhecido: Não vos importeis comigo. (Tira outro cachimbo e fuma)