Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v2.djvu/259

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Tudo se escurece... Não sentes que tudo anda à roda?... Que vertigem... Dá-me tua mão!... Sim. Enxuga minha fronte. Que suor!

Penseroso: Como estás abatido . . . Como empalideces! Ah! Como resvalas. . . Que tens, meu amigo?

Macário: Se eu pudesse morrer! (Desmaia).

(Satan entra) .

Satan: Que loucura! Esse desmaio veio a tempo: seria capaz de lancar-se à torrente. Porque amou, e uma bela mulher c embriagou no seu seio, querer morrer!

(Carrega-o nos braços).

Vamos. . . E como é belo descorado assim! com seus cabelos castanhos em desordem, seus olhos entreabertos e úmidos, e seus lábios feminis! Se eu não fora Satan, eu te amaria, mancebo. . .

(Vai levá-lo).

Penseroso: Quem és tu? Deixa-o. . eu o levarei.

Satan: Quem eu sou? que te importa? Vou deitá-lo num leito macio. Daqui a pouco seu desmaio passará. É um efeito