Página:Obras poeticas de Claudio Manoel da Costa (Glauceste Saturnio) - Tomo II.djvu/235

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Querem que entre eles o partido viva
De Europeus e Paulistas, e já passa
A desafio em uns o que foi graça.
Conta-se que por mofa algum dizia
Que seguro em si só não vai Garcia;
Que ao valor europeu em pouco ou nada
Disputar do Paulista pode a espada.
Leva-se Borba do furor ardente,
Empunha o ferro, atreve-se valente
Ao mesmo tempo a rebater Pegado
O colérico ardor; vê-se insultado
No respeito Albuquerque: Olá! dizia,
Os braços suspendei; de rebeldia
É este um sinal claro; não se deve
Tanto despique à ofensa, que é tão
leve. Se ao Paulista de fraco alguém acusa,
Ele de seus espíritos só usa,
Quando a honra do empenho ao campo o chama.
Não é valente, não, o que se inflama
No criminoso ardor de a cada instante
Dar provas de soberbo, e de arrogante.
Os Europeus são fáceis neste arrojo."

Se justo imaginais foi o despojo
Das Minas, que lhes tiram, porque avaros
Se pertendem mostrar (bem que são raros
Os que entre eles se arrastam da cobiça),
Dizei: não pede a próvida Justiça
Que zele cada um, que guarde, e reja
O que adquire o seu braço, quando a inveja
Lho pertende roubar? Estas conquistas,
A quem se deverá mais que aos Paulistas?

Mas eu ponho de parte os argumentos,
Que com substância igual os fundamentos