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LIVRO VII

 

Ora o sofrido herói; marcha a carroça,
Pára Nausica ao pórtico soberbo:
Os irmãos seus deiformes, que a rodeiam,
Os mus disjungem, dentro a carga levam.
Ela á câmara sobe: o fogo acende5
E a ceia lhe concerta Eurimedusa,
Do Epiro transportada em naus remeiras,
Pelo povo escolhida em recompensa
Para o potente Alcino, dos Feaces
Como um deus adorado; a qual na regia10
Nutriz foi da donzela, e é camareira.
Ergue-se Ulysses, e a propicia déa
O embuça em névoa grossa, que insultal-o
E ofender ninguém possa, nem detê-lo
Ou quem seja inquirir; mas, da risonha15
Cidade ao começar, vem Palas como
Rapariga de cântaro á cabeça,
E o Laércio a interroga: «Filha, queres
Conduzir-me de Alcino aos reais paços?
Estrangeiro e infeliz, de longe arribo;20
Nem do lugar um morador conheço.»

«Sim, respeitavel hospede, responde;
Meu bom pai fica perto. Abro o caminho;
Tu cala-te, que a turba hostil e acerba
Não sofre nem festeja os forasteiros.25