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À proporção que sobe, mostra-se mais carola; não falta à missa, aos sermões, comunga, confessa-se e os padres e irmãs de caridade têm-no já por aliado. Ah! Quem o visse contar certas anedotas sobre padres, jogando o "truque", nos fundos da botica de sua terra!... História antiga! O homem, hoje, é sinceramente católico, e tanto assim que acompanha procissões de opa ou balandrau.

A ascensão dele a senador até coincidiu com a sua eleição para irmão fabriqueiro da Santíssima Irmandade de Santo Afonso de Ligório e também com a de definidor da Santíssima e Venerável Irmandade de Santo Onofre.

As cousas vão assim marchando; e ele, sempre calado, deixa-se ficar, rodando a manivela do gramofone e do seu moinho de rezas.

Há uma complicação na escolha do governador da província das Jazidas, onde ele nasceu. Os caides não se entendem e o seu nome é apontado como conciliador, escolhido e eleito. Aborrece-se um pouco, pois já estava habituado com a capital do país, e muito gostava dela, apesar de mal a conhecer. Toma posse, entretanto. Surge, ao meio do seu governo regional, não entre os caides, mas na comunhão dos emires que governam o país, um desaguisado, com o problema da sucessão do mandachuva, cujo tempo está a acabar. O nosso homem não se define. Continua a dar corda no seu enorme e fanhoso gramofone e a rodar a manivela do seu moinho de rezas. Os padres, que são seus aliados, não o abandonam; e nos bastidores, por intermédio das mulheres dos políticos, insinuam-lhe o nome para o alto cargo de mandachuva. Ei-lo eleito, toma posse do