Página:Os Bruzundangas.pdf/178

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a vaidade pueril do povo, fazendo este supor que a Bruzundanga era respeitada na Europa; tirassem-no daí que ninguém era capaz de sacar-lhe da cachola uma idéia de governo, um alvitre de verdadeiro estadista.

Basta dizer, para se avaliar a triste situação interna da extravagante nação de que lhes dou notícias, que, nos arredores da capital, se morria à míngua, à fome, as terras estavam abandonadas e invadidas pelas depredadoras saúvas, a população roceira não tinha direitos nem justiça e vivia à mercê de cúpidos e ferozes senhores de latifúndios, cuja sabedoria agronômica era igual à dos seus capatazes ou feitores.

Mas o povo, graças aos poetas e jornalistas simoníacos, não queria capacitar-se de que Pancôme era simplesmente decorativo e continuou a admirá-lo como um semideus.

E ele fazia o que queria e se agora estava atrapalhado com a nomeação de um amanuense, não era porque fosse do seu natural respeitar as leis.

Há um pequeno e passageiro temor da natureza daquele que sentem os heróis quando vão entrar em combate.

Já nomeara pouco mais de meia dúzia por meio de concurso mas não estava satisfeito com essas nomeações.

É verdade que os que nomeara, trajavam regularmente, engraxavam as botas e não tinham nunca o colarinho sujo. Eram já grandes qualidades, porque de tal forma viera a encontrar o pessoal da secretaria, esbodegado, relaxado, vestindo roupas baratas, morando nos