Página:Os Bruzundangas.pdf/44

Wikisource, a biblioteca livre

a seda, o veludo, o champagne, etc., de qualquer imposto. Calculando tudo, ele obtinha trinta mil contos. Levou a cousa a Idle Bhrás de Grafofone e Cinema, que gabou muito o trabalho de Ben Karpatoso:

— Tu és um Colbert e mais ainda: és o João Ben Venanko, aquele—não sabes? — que foi presidente da Câmara de Guaporé, minha terra. Ele sempre teve idéias semelhantes às tuas, mas não as aceitavam, por isso nunca o município prosperou. Entretanto, era um pobre meirinho... Que financeiro!

Apresentadas as idéias de Felixhimino à Câmara, muitos deputados se insurgiram contra elas.

Um objetou:

— Vossa Excelência quer matar de fome o povo da Bruzundanga.

— Não há tal; mas mesmo que viessem a morrer muitos, seria até um benefício, visto que o preço da oferta é regulado pela procura e, desde que a procura diminua com a morte de muitos, o preço dos gêneros baixará fatalmente.

Um outro observou:

— Vossa Excelência vai obrigar o povo a andar nu.

— Não apoiado. O vestuário deve ser uma cousa majestosa e imponente, para bem impressionar os estrangeiros que nos visitem. A seda e a lã ficarão pouco mais caras que os tecidos de algodão. Toda a gente vestir-se-á de seda ou de lã e as populações das nossas cidades terão um ar de abastança que muito favoravelmente há de impressionar os estrangeiros.

Um outro refletiu:

— Vossa Excelência vai