— E viemos sahir mesmo defronte da porta do Thomé! por traz da prêsa. Sabes?
— Sei muito bem.
— Ora o homem não appareceu.
— Mas appareceu cousa melhor — acudiu o padre.
— Havia de andar peia meia noite e nós sem fazer bulha ainda escondidos na sombra. Percebes?
— Mesmo defronte da casa do Thomé — insistiu o padre.
— E depois? — interrogou Mauricio impaciente.
— Depois...
A mulher é um catavento,
Que com os ventos varia;
Seu amor dura um momento,
Tolo é quem n'ellas se fia.
Cantarolou o doutor.
Mauricio olhou interrogadoramente para o padre.
— Meu caro priminho — disse-lhe este — põe as tuas crenças de môlho e prepara-te para arrancares um punhado de cabellos; um ou dois.
— Mas que queres dizer com isso?
— Quero dizer que a porta do Thomé abriu-se sorrateiramente e sahiu de lá um patusco... Trai la rai lai lai.
— É impossivel! — exclamou Mauricio com indignação, comprehendendo as malignas allusões do primo.
— Qual impossivel? — confirmou o padre — Não ha impossiveis n'este mundo. Desengana-te, menino.
— Mas teem a certeza de que se não illudiram?
— Ora se temos. Era um homem em corpo e alma.
— E viram quem era? Conheceram-n'o?
Os dois irmãos, a esta pergunta, trocaram entre si um olhar e um sorriso de velhacaria.
— Com certeza, não; mas suspeitamos — respondeu o doutor.
— Quem é?
— Alto lá! Nada de ferver em pouca agua. Isso fica para segunda observação. Por ora não possuimos ainda a certeza. Porém já mais de uma noite temos encontrado