Página:Os Maias - Volume 2.pdf/145

Wikisource, a biblioteca livre
OS MAIAS
135

arvores, n’uma demorada sésta, sob a calma de julho...

Os annos de Affonso da Maia foram justamente no dia seguinte, domingo. Quasi todos os amigos da casa tinham jantado no Ramalhete; e tomára-se o café no escriptorio d’Affonso, onde as janellas se conservavam abertas. A noite estava tepida, estrellada e serenissima. Craft, Sequeira e o Taveira passeavam fumando no terraço. Ao canto d’um sofá Cruges escutava religiosamente Steinbroken que lhe contava, com gravidade, os progressos da musica na Filandia. E em redor de Affonso, estendido na sua velha poltrona, de cachimbo na mão, fallava-se do campo.

Ao jantar Affonso annunciára a intenção de ir visitar, para o meado do mez, as velhas arvores de Santa Olavia; e combinára-se logo uma grande romaria de amizade ás margens do Douro. Craft e Sequeira acompanhavam Affonso. O marquez promettera uma visita para agosto «na companhia melodiosa», dizia elle, do amigo Steinbroken. D. Diogo hesitava, com receio da longa jornada, da humidade da aldêa. E agora tratava-se de persuadir Ega a ir tambem, com Carlos — quando Carlos acabasse emfim de reunir esses materiaes do seu livro que o retinham em Lisboa «á banca do labor...» Mas o Ega resistia. O campo, dizia elle,