— No Price, e sempre com o Damaso. A ultima vez foi já esta semana. E lá estava o Damaso, muito chegadinho, palrando muito... Depois veio sentar-se um bocado ao pé de mim, e sempre d’olho n’ella... E ella de lá, com aquelle ar de lambisgoia, de luneta n’elle... Não havia que duvidar, era um namoro... Aquelle Cohen é um predestinado.
Ega fez-se livido, torceu nervosamente o bigode, terminou por dizer:
— O Damaso é muito intimo d’elles... Mas talvez se atire, não duvido... São dignos um do outro.
No bilhar, emquanto os dois carambolavam preguiçosamente, elle não cessou de passear, n’uma agitação, trincando o charuto apagado. De repente estacou em frente do marquez, com os olhos chammejantes:
— Quando é que você a viu ultimamente no Price, essa torpe filha d’Israel?
— Terça-feira, creio eu.
O Ega recomeçou a passear, sombrio.
N’esse instante Baptista, apparecendo á porta do bilhar, chamou Carlos em silencio, com um leve olhar. Carlos veio, surprehendido.
— É um cocheiro de praça, murmurou Baptista. Diz que está alli uma senhora dentro d’uma carruagem que lhe quer fallar.
— Que senhora?
Baptista encolheu os hombros. Carlos, de taco