na mão, olhava para elle, aterrado. Uma senhora! Era decerto Maria... Que teria succedido, santo Deus, para ella vir n’uma tipoia, ás nove da noite, ao Ramalhete!
Mandou Baptista, a correr, buscar-lhe um chapéo baixo; e assim mesmo, de casaca, sem paletot, desceu n’uma grande anciedade. No peristyllo topou com Eusebiosinho que chegava, e sacudia cuidadosamente com o lenço a poeira dos botins. Nem fallou ao Eusebiosinho. Correu ao coupé, parado á porta particular dos seus quartos, mudo, fechado, mysterioso, aterrador...
Abriu a portinhola. Do canto da velha traquitana, um vulto negro, abafado n’uma mantilha de renda, debruçou-se, perturbado, balbuciou:
— É só um instante! Quero-lhe fallar!
Que allivio! Era a Gouvarinho! Então, na sua indignação, Carlos foi brutal.
— Que diabo de tolice é esta? Que quer?
Ia bater com a portinhola; ella empurrou-a para fóra, desesperada; e não se conteve, desabafou logo alli, diante do cocheiro, que mexia tranquillamente na fivela d’um tirante.
— De quem é a culpa? Para que me trata d’este modo?... É só um instante, entre, tenho de lhe fallar!...
Carlos saltou para dentro, furioso:
— Dá uma volta pelo Aterro, gritou ao cocheiro. Devagar!
O velho calhambeque desceu a calçada; e durante