achar o robe-de-chambre de Cri-cri... Ainda a não pude vestir... Dize, sabes onde é que está o robe-de-chambre?
— Vejam esta desarranjada! murmurava a mãi olhando-a com um sorriso lento e terno. Se Cri-cri tem uma commoda particular, o seu guarda-vestidos, não se lhe deviam perder as coisas... Pois não é verdade, snr. Carlos da Maia?
Elle, ainda com a sua receita na mão, sorria tambem, sem dizer nada, todo no enternecimento d’aquella intimidade em que se sentia penetrar dôcemente.
A pequena então veio encostar-se á mãi, roçando-se pelo seu braço, com uma vozinha languida, lenta, e de mimo:
— Anda, dize... Não sejas má... Anda... Onde está o robe-de-chambre? Dize...
Levemente, com a ponta dos dedos, Maria Eduarda arranjou-lhe o pequenino laço de sêda branca que lhe prendia no alto o cabello. Depois ficou mais séria:
— Está bem, está quieta... Tu sabes que não sou eu que trato dos arranjos da Cri-cri. Devias ter mais ordem... Vai perguntar a Melanie.
E Rosa obedeceu logo, séria tambem, comprimentando agora Carlos ao passar, com um arzinho senhoril:
— Bonjour, Monsieur...
— É encantadora! murmurou elle.
A mãi sorriu. Tinha acabado de compôr o seu