Página:Os Maias - Volume 2.pdf/248

Wikisource, a biblioteca livre
238
OS MAIAS

de avósinha... Era em maio; Mac-Gren, á noite, deitou um «fogo preso» no jardim.

Começou um anno quieto e facil. O seu unico desejo era que a mamã vivesse com elles socegadamente. Diante das suas supplicas ella ficava pensativa, dizia: «Tens razão, veremos!» Depois remergulhava no torvelinho de Paris, d’onde resurgia uma manhã, n’um fiacre, estremunhada e afflicta, com uma rica pelliça sobre uma velha saia, a pedir-lhe cem francos... Por fim nascera Rosa. Toda a sua anciedade desde então fôra legitimar a sua união. Mas Mac-Gren adiava, levianamente, com um medo pueril da avó. Era um perfeito bébé! Entretinha as manhãs a caçar passaros com visco! E ao mesmo tempo terrivelmente teimoso: ella pouco a pouco perdera-lhe todo o respeito. No começo da primavera a mamã um dia appareceu em Fontainebleau com as suas malas, succumbida, enojada da vida. Rompera emfim com Trevernnes. Mas quasi immediatamente se consolou: e começou d’ahi a adorar Mac-Gren com uma tão larga effusão de caricias, e achando-o tão lindo, que era ás vezes embaraçadora. Os dois passavam o dia, com copinhos de cognac, jogando o bezigue.

De repente rebentou a guerra com a Prussia. Mac-Gren enthusiasmado, e apesar das supplicas d’ellas, corrêra a alistar-se no batalhão de Zuavos de Charette; a avó de resto approvára este rasgo d’amor pela França, e fizera-lhe n’uma carta em verso, em que celebrava Jeanne d’Arc, uma