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OS MAIAS
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E na esperança de flirtar com a Alvim, Ega comprou logo uma senha. No perystilo do Gymnasio encontraram Taveira passeando e fumando solitariamente, á espera que findasse a primeira comedia, o Fructo prohibido. Então Craft propôz «botequim e genebra».

— E que ha do ministerio? perguntou elle, apenas abancaram a um canto.

O Taveira não sabia. Todos esses dois longos dias se intrigára desesperadamente. O Gouvarinho queria as Obras Publicas: o Videira tambem. E fallava-se d’uma scena terrivel por causa de syndicatos, em casa do presidente do conselho, o Sá Nunes, que terminára por dar um murro na mesa, gritar: «Irra! que isto não é o pinhal d’Azambuja!»

— Canalha! rosnou Ega com odio.

Depois fallaram do Ramalhete, da volta d’Affonso, da reapparição de Carlos. Craft louvou Deus por haver outra vez n’esse inverno uma casa com fogões, onde se passasse uma hora civilisada e intelligente.

Taveira acudiu com o olho brilhante:

— Diz que vamos ter um centrosinho muito mais interessante ainda, na rua de S. Francisco! Foi o marquez que me disse. Madame Mac-Gren vai receber.

Craft não sabia mesmo que ella já tivesse recolhido da Toca.

— Voltou hoje, disse o Ega. Você ainda não a conhece?... Encantadora.