Página:Os descobrimentos portuguezes e os de Colombo.djvu/157

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europea. Ainda se perceberia que taes tentativas se não fizessem, se não se houvesse chegado á ilha das Flores e á ilha do Corvo. Podia-se comprehender então que, satisfeitos com as ilhas paradisiacas que tinham encontrado, como a deleitosa S. Miguel, ou a fertilissima Terceira, se tivessem deixado ficar n’um ocio de Capua, sentimento aliás bem pouco natural em açorianos, e em açorianos d’esse tempo. Mas a descoberta do Corvo e da ilha das Flores mostram claramente que se não acalmára a sua irrequieta actividade, e que o Oceano continuava a ser sondado por esses audazes marinheiros, que são hoje accusados de não ousarem arriscar-se ás aventuras do alto mar!

«A Islandia, os Açores, e as Canarias, diz Humboldt, são os pontos de paragem que mais importante papel representaram na historia d’estas descobertas e da civilisação, quer dizer na série dos meios que os povos do Occidente empregaram para estender a esphera da sua actividade e para entrar em relação com as partes do mundo que lhes tinham ficado desconhecidas.» Em nota accrescenta Humboldt: «Ha da extremidade septentrional da Escocia á Islandia 162 leguas marinhas; da Islandia á extremidade sudoeste da Groenlandia 240 leguas; d’esta extremidade ás costas do Lavrador 140 leguas; á embocadura do S. Lourenço 260; da Islandia directamente ao Lavrador 380 leguas. Ha de Portugal