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Página:Os descobrimentos portuguezes e os de Colombo.djvu/16

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florescentes como esse Petit-Dieppe e esse Petit-Paris, que ainda hoje são citadas por escriptores francezes notabilissimos, em cujo espirito um mal-entendido amor patrio parece extinguir completamente a faculdade do raciocinio? Seria necessario que essa descoberta fosse completamente inconsciente, que os marinheiros nem soubessem que tinham entrado na zona torrida, e essa ignorancia é completamente incompativel com os conhecimentos embora rudimentares que precisava de ter o navegador que se arriscava a tão aventurosas viagens.

O mesmo diremos das navegações antigas de que se encontra noticia nos livros de Herodoto e no Periplo de Hannon. Se os marinheiros phenicios de Necho tivessem dado volta ao cabo da Boa Esperança, e tivessem entrado no Mediterraneo pelo estreito de Gibraltar, percorrendo tão immensa extensão de costas, como poderiam persistir no espirito dos geographos antigos idéas tão absolutamente falsas a respeito da configuração da Africa e da distribuição das zonas? Pode allegar-se por acaso que essa viagem não deixou vestigios, quando vemos que as viagens dos Phenicios nos mares da Europa tão difficeis e tão inhospitos foram sempre continuadas, que nunca se perdeu o conhecimento da Islandia, essa terra gelada, e que pelo contrario perderam immediatamente esses Phenicios, esses Orientaes, que viviam nas terras ardentes, o conhecimento de