com orgulho e com ufania: Encontrámos a ilha de S. Brandão, encontrámos a Antilia, como Fernão Telles ía pelos mares fóra com a esperança de encontrar a ilha das Sete Cidades. Este é que era o criterio que os Portuguezes applicavam á descoberta das costas africanas. Todo o seu desejo era confirmarem o periplo de Hannon e as theorias da antiguidade. Foi para elles um desapontamento reconhecerem que um rio que descobriram era o Senegal, completamente ignorado pelos antigos, em vez de ser o Nilo dos Negros, cuja existencia a sabia antiguidade affirmava, e que os Portuguezes só aspiravam a confirmar.
Que impressão produziria a opinião de Toscanelli não no animo de D. Affonso V, que tinha outros pensamentos e outras ambições, mas no de D. João II, logo que subiu ao throno, e começou a pensar sériamente nos descobrimentos? Não muita, e de certo contribuiria para isso, bastante, o proprio movimento maritimo dos Açores. É bem natural que os mareantes que voltavam d’essas expedições de tentativa exaggerasem o espaço de mar que tinham percorrido, sem encontrar signaes de terra. Demais as idéas geographicas dos antigos ainda dominavam muito os espiritos. O systema geographico de Ptolomeu e dos seus adeptos não fôra alluido todo e de uma vez só. Ia caindo aos pedaços, mas ficava de pé o que se não demolia directamente. Ora uma das