Página:Os descobrimentos portuguezes e os de Colombo.djvu/234

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dos audaciosos Portuguezes que, na epocha aurea da sua gloriosa expansão, não queriam deixar um só recanto do mundo a que não levassem a ousadia do seu genio e o ardor das suas explorações.

Por muito tempo perseverou na exploração do Norte a gente açoriana e minhota. A lista dos descobridores não pára nos Côrte-Reaes. João Alves, Fagundes e outros exploraram essa costa, ainda depois dos francezes e inglezes terem tentado tambem ir exploral-a. Houve até tentativas de colonisação, e esses mares foram por muito tempo theatro de actividade dos pescadores portuguezes. Hakluyt ainda notou que eram Portuguezes e hespanhoes os que mais se occupavam da pesca do bacalhau. Navios portuguezes estavam, em certas occasiões, cincoenta ou sessenta.[1] Mas depois cahiu sobre tudo isto a mortalha da decadencia, que, não recobre ao menos a mortalha do esquecimento.

Entretanto o Brasil, considerado uma ilha, continuava

  1. «There are about 100 sail of Spaniards who come to take cod, who make it all wet and dry... As touching their tonnage I think it may be 5,000 or 6,000. Of Portugals there are not above fifty or sixty sail, whose tonnage may amount to 5,000, and they make all wet.» Citado pelo reverendo George Patterson na excellente memoria que publicou nas Trans-Roy. Soc. Canada, e que se intitula The Portuguese in the North-East coast of America, and the first European attempt at Colonization there. A lost chapter in American History, pag. 145. Esta memoria foi lida na Royal Society a 28 de maio de 1890.