Página:Os symbolos nacionaes.pdf/18

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Gumplowicz, outro darwinista em sociologia, que converte num quasi dogma scientifico êste golpeante enunciado: «a perpétua lucta das raças é a lei da história, ao passo que a paz perpétua não é sinão o sonho dos idealistas»[1]; quando sabemos estarem longe as miragens de fraternidade universal, vislumbradas por Tolstoi e Novicow, pois em plena conferência chamada da paz, em Haya, vimos querer prevalecesse o criterio da fôrça bruta sôbre o direito; quando, finalmente, assistimos á emulação das nações» que se blindam em couraças e se multiplicam em canhões, ao mesmo tempo que vão educando as massas, com o duplo fim de realizar a integração ethnica e a unificação do caracter nacional, — não é justo, sem dúvida, permaneçamos na estagnação e no desânimo!

É verdade que a transformação que, em menos de um lustro, hemos operado com intenso brilho (talvez mais rapida, afinal, que a do Japão), e a trindade olympica incorporada em Rio Branco — a propria encarnação do patriotismo illuminado —, em Ruy Barbosa — que entre os primeiros das nações foi o primeiro —, e Joaquim Nabuco[2] — o representante masculo do atticismo da nossa raça — fartamente provam que somos capazes de demonstrações heroicas, e que o brasileiro não é assim «um typo indescriptivel, cuja

  1. Gumplowicz, La lutte des races. Paris, 1893, liv. IV, cap. XXXIX, pág. 261.
  2. "e de Joaquim Nabuco" no texto original.