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Os Symbolos Nacionaes apropriado, já se vê) o significativo nome de provisoria plagiala[1]...

A segunda especie ainda existe, até agora, e por ahi vive a reproduzir-se e a expôr-se, já no paiz, já no extrangeiro.

É a tal creação da rodella azul, povoada de estrellas tontas, oriundas de um céo pêlo avesso, e com a torta legenda positivista, que o povo, rimando, inverte a seu modo: «Ordem e progresso»... Essa bandeira-prodigio denominal-a-emos, a caracter: astrolegendaria positiva (?)... Mau grado a veneração por nós devida ao heroico symbolo da patria (o qual não pode e não deve ser esse), pesa-nos confessar, com a precisa e dolorosa franqueza, que tal bandeira--verdadeiro abôrto escandaloso – é um dos maiores, sinão o maior monumento de ignorancia e pedantismo, de mau gosto e injustiça, que o Brasil jámais ostentou perante o mundo!

Quem pensar o contrário (e são tantos ainda, na verdade!), digne-se de ler A bandeira nacional, esse valioso e relativamente quasi desconhecido trabalho de Eduardo Prado, compatriota emerito, que, comquanto monarchista, possuia nais orientado e são patriotismo (honra lhe seja!) do que muito mandarim republiquete. Nesse livrinho, verdadeiramente patriotico porque amoroso e recto, escripto em linguagem natural e com erudição do cumentada, como que palpita, no irromper dos sentimentos, que contrastam, á alma vibratil e espiritualista do brasileiro: ora indolente, mas viva; ora impetuosa, mas poetica; ora simples, mas veraz; ora apaixonada, mas magnanima; ora zombeteira, mas contemplativa!

  1. No Museu Naval do Rio de Janeiro, sob o n. 295, 4.ª secção do catálogo de 1905. existe uma dessas bandeiras, justamente a que foi alçada no paquete Alagoas, durante o trajecto da Familia Imperial exilada para a Europa.