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Página:Os trabalhadores do mar.djvu/200

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— Tendo que comer.

— Terá.

— Onde?

— Neste sacco que trago.

— Muito bem.

— Posso deixar o sacco aqui?

— Os contrabandistas não são ladrões.

— E os senhores quando vão?

— Amanhã de manhã. Se o seu homem está prompto poderá vir comnosco.

— Não está prompto.

— É lá com elle.

— Quantos dias esperará aqui?

— Dous, tres, quatro, dias. Mais ou menos.

— É certo que Blasquito virá?

— Certo.

— Aqui? a Plainmont.

— A Plainmont:

— Em que semana?

— Na proxima.

— Em que dia?

— Sexta, sabbado ou domingo.

— Não pode faltar?

— É meu tocayo.

— Virá com qualquer tempo?

— Qualquer. Não tem medo. Eu sou Blasco, elle é Blasquito.

— Assim não deixará de ir a Guernesey?

— Eu venho n’um mez, elle virá n’outro.

— Entendo.

— A contar de sabbado proximo, de hoje a oito dias, não se passará cinco dias sem que venha Blasquito.