Página:Os trabalhadores do mar.djvu/231

Wikisource, a biblioteca livre
— 223 —

Havia dentro quatro bank-notes, tres de mil libras, e uma de dez libras.

Clubin dobrou as tres notas de mil libras, pol-as outra vez na caixinha, fechou-a, e metteo-a no bolso.

Depois apanhou no chão uma pedra. Embrulhou a pedra no bilhete de dez libras e disse:

— Volte para cá.

Rantaine voltou-se.

O Sr. Clubin continuou;

— Disse-lhe que me contentava com as tres mil libras. Aqui vão as dez libras.

E atirou a Rantaine o bilhete e mais o lastro de pedra.

Rantaine com um pontapé deitou o bilhete e a pedra ao mar.

— Como queira, disse Clubin. Vamos lá, o senhor hade estar rico. Estou tranquillo.

O rumor dos remos que se tinha approximado durante o dialogo, cessou. Indicava isto que a barcaça estava ao pé das rochas.

— Está embaixo o seu carro. Pode ir, Rantaine.

Rantaine dirigio-se para a escada e desceu.

Clubin foi com precaução até a borda do rochedo, e adiantando a cabeça, vio descer Rantaine.

A barcaça tinha parado ao pé do ultimo degráo do rochedo, no mesmo lugar em que tinha cahido o guarda-costa.

Vendo descer Rantaine, Clubin murmurou:

— Bom numero seiscentos e desenove! Pensava que estava só. Rantaine pensava que eram apenas dous. Só eu sabia que eramos tres.

Clubin vio no chão o oculo do guarda-costa; apanhou-o.